Em 2017, a produção de automóveis foi maior na comparação com 2016 em todos os meses.
Sem um novo programa de incentivo do governo e depois do susto logo que a economia começou a desacelerar, as montadoras brasileiras começam a comemorar. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), divulgados ontem, mostraram que, no acumulado de janeiro a novembro, as vendas do setor aumentaram em comparação a igual período do ano passado.
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Em 2017, a produção de automóveis foi maior na comparação com 2016 em todos os meses. No acumulado, a alta foi de 27,1% e o total de veículos produzidos chegou a 2,46 milhões. Já as exportações avançaram 49% no mesmo período. Apenas em novembro o crescimento da produção foi de 15,2% na comparação com 2016. Se forem considerados veículos leves, automóveis, ônibus e caminhões, foi o melhor novembro desde 2014.
Resultados
“Esse é um resultado positivo, pois tivemos um dia útil a menos em novembro em relação ao mês anterior. Pela primeira vez no ano, ultrapassamos o emplacamento diário (calculado sobre os dias úteis) de 10 mil unidades”, afirmou Antonio Megale, presidente da Anfavea. Segundo ele, o emplacamento de novembro correspondeu a 10,2 mil unidades por dia útil ante nível de cerca de 6 mil veículos no início do ano.
Com isso, a indústria espera fechar 2017 com um desempenho melhor do que o planejado, tanto nas vendas internas quanto nas exportações. A estimativa é alcançar a marca de 2,7 milhões de unidades. “Felizmente, vamos errar as projeções para vendas e exportações. As vendas internas devem crescer mais próximas de 9%, e isso considerando que este ano temos alguns dias úteis a menos que em 2016”, disse Megale.
Apesar das turbulências previstas para 2018 por causa do processo eleitoral, a expectativa é de que a performance seja melhor que a de 2017. Caso as vendas deste ano tenham acréscimo de 9%, conforme estimado, para o ano que vem, a Anfavea calcula aumento na produção de dois dígitos. “Projetamos uma economia mais robusta para o ano que vem, mas estamos vendo instabilidade enorme”, adverte.
O caminho ainda é longo. Hoje, apesar da recuperação, a capacidade ociosa é de 45% na indústria. No caso dos caminhões, a situação é mais delicada: ociosidade de 75%. Mas a expectativa é de melhora. “No segmento de veículos pesados, as vendas de caminhões também continuam em ascensão, o que é um sinal do reaquecimento da atividade econômica do país”, afirmou o presidente da associação das montadoras.
Essa realidade difícil do setor começou a se formar a partir de 2013 e durou até 2016 — foram quatro anos seguidos de queda nas vendas para o mercado interno. Se o ânimo do consumidor brasileiro e dos importadores se confirmar, em 2018, a previsão é que seja zerado o número de funcionários com contratos de trabalho suspensos, o chamado “layoff”, informou o presidente da Anfavea. Até o mês passado, havia por volta de 1 mil funcionários de montadoras nesse sistema, além de outros 2,3 mil inscritos no programa federal de proteção ao emprego, o PSE.
Sinais da recuperação
– Em novembro, foram exportadas 73,1 mil unidades, o que colocou o mês como o melhor da história em embarques para o exterior. Esse volume foi 28,8% acima das 56,7 mil unidades de novembro de 2016 e 18,7% maior que o registrado em outubro deste ano.
– O acumulado no ano (janeiro a novembro) é de 700,1 mil unidades, alta de 53,3% em relação às 457,4 mil do ano passado.
– Em novembro, foram produzidos 249,1 mil autoveículos, alta de 15,2% na comparação com o mesmo mês de 2016.
– De janeiro a novembro, a produção registra 2,5 milhões de unidades, alta de 27,1% frente ao 1,96 milhão do ano passado.
– O licenciamento apresentou, no acumulado de janeiro a novembro, alta de 9,8%. Só em novembro, foram 204,2 mil unidades comercializadas, acréscimo de 14,6% sobre as 178,2 mil de novembro do ano anterior e de 0,7% em relação às 202,9 mil unidades de outubro.