Presidente da Amcham fala sobre vitória de Trump e negócios com Brasil
16/11/2016

Em menos de dois meses à frente da Câmara Americana de Comércio (Amcham), a administradora Deborah Vieitas já encontra um cenário um tanto quanto desafiador para sua gestão: encarar o republicano protecionista Donald Trump na presidência dos Estados Unidos.

Confiante, ela afirmou a DINHEIRO que, independentemente do governo, as relações comerciais entre os países é madura o suficiente para enfrentar qualquer instabilidade política e arrisca. “A história mostra que, no final, os EUA são um país onde a atividade empresarial não deixa de existir pela mudança de governo”. Confira, a seguir, trechos da entrevista:

A eleição de Trump foi uma surpresa para Câmara?
Acompanhávamos as pesquisas que indicavam maior probabilidade da vitória de Hillary Clinton, mas estávamos cientes de que o eleitorado americano estava bastante dividido.

Ao longo da campanha, Donald Trump adotou um discurso econômico protecionista. A sra. acredita que o posicionamento do novo presidente dos EUA pode afetar os negócios com empresas brasileiras? 

Em primeiro lugar, é necessário lembrar que o Partido Republicano tradicionalmente apoia o livre comércio e pode se opor às propostas de Donald Trump. Do ponto de vista brasileiro, a suspensão ou revisão de acordos comerciais existentes podem oferecer oportunidade de crescer nossas relações comerciais com os países que deixariam de se beneficiar de um acordo com os Estados Unidos.

A vitória de Donald Trump pode ser um retrocesso para os avanços comerciais que o Brasil e os EUA tiveram no último ano, com a retomada de diálogo pós-crise diplomática do governo Obama com o governo Dilma? 
Não tenho uma perspectiva negativa. Entendo que as relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos atravessam um bom momento e que elas podem continuar se fortalecendo. Do ponto de vista comercial, embora possamos ter que aguardar um prazo mais longo para termos um acordo comercial com os Estados Unidos, muito provavelmente ele continuará a ocupar uma posição importante como parceiro comercial. Hoje, o 2º maior com exportações e importações em torno de US$ 50 bilhões em 2015. Do ponto de vista dos investimentos, temos um conjunto importante de empresas e investidores americanos presentes no Brasil, cujo total investido aqui ultrapassa os US$ 70 bilhões. Para as empresas brasileiras, o mercado americano também é bastante interessante e temos mais de US$ 22 bilhões de investimento naquele país.

Então, o posicionamento do governo em olhar para os EUA não será abalado? 
A história mostra que, no final, os EUA são um país onde a atividade empresarial não deixa de existir pela mudança de governo. Principalmente em setores onde os negócios já estão maduros o suficiente. Continuaremos trabalhando para atrair investimentos, pois esse potencial existe. Atualmente, estamos trabalhando com a pauta de infraestrutura. Eles têm expertise e investimentos necessários para desenvolver esse setor no Brasil.

Há alguma estratégia para estreitar as relações com Trump? 
Em um primeiro momento, acreditamos que a economia interna predominará na pauta do presidente e a questão comércio internacional estará em segundo plano. Passadas os ânimos das eleições, que foram as mais acirradas dos últimos anos, a situação entrará num quadro de normalidade. Não estava pessimista com nenhum dos candidatos. Também trabalhamos com um acordo e uma série de sugestões para mandarmos às autoridades americanas, todas pautadas em acordos de comércio bilateral. As empresas brasileiras também precisam se preparar para essa nova fase.

Fonte: Istoé Dinheiro

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