Potencial de exportação ainda é elevado
24/11/2017

As exportações de bens e serviços, que em 2016 foram de 75,8 mil milhões de euros, devem aumentar 8,3% em 2017, com um ganho de quota de mercado superior a 3 pontos percentuais, mantendo-se a balança comercial positiva.

 

“O crescimento das exportações entre 2010 e 2017 é notável (devendo ultrapassar os 40% do PIB), não só no que diz respeito ao volume, mas também pelo que correspondeu a ganhos de quota de mercado, o que reforça a ideia de que tal corresponde a ganhos de competitividade por parte das empresas portuguesas”, refere Nuno Sousa Pereira. As exportações de bens e serviços deverão registar um aumento de 8,3% em 2017, com um ganho de quota de mercado superior a 3 pontos percentuais, mantendo-se a balança comercial positiva.

Mas não há bela sem senão. Parte significativa destes ganhos provêm do turismo, “em que, reconhecendo-se que Portugal tem vantagens competitivas sólidas, a procura externa é volátil, sendo também determinada por factores que fogem do controlo das empresas portuguesas”, conclui o professor da Faculdade de Economia do Porto.

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“O nível de exportações e internacionalização da economia portuguesa ainda é modesto e está abaixo do nosso potencial”, diz Tomás Moreira, presidente da AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel, apesar de nos últimos anos as empresas terem desenvolvido “um grande esforço para aumentar as exportações e registado um êxito razoável”. Para Nuno Sousa Pereira, “a abertura da economia portuguesa a que temos assistido é das principais reformas estruturais que resultaram da crise económica recente – os empresários portugueses assimilaram que não podem depender do mercado interno e que as oportunidades dos processos de internacionalização superam os riscos”.

A exportação e a internacionalização são cruciais para as empresas em Portugal, pois geram “efeitos de volume decorrentes do acesso a mercados com dimensão incomparavelmente maior do que o exíguo mercado português”, como explica Tomás Moreira.

A multiplicação dos acordos de livre comércio

O contexto actual do comércio mundial viu surgirem tendências proteccionistas como o Brexit, a política comercial norte-americana sob a égide de Donald Trump, além de crises em mercados importantes para as empresas portuguesas como o Reino Unido e a Espanha/Catalunha. A União Europeia tem procurado fazer acordos comerciais com vários parceiros. O acordo da UE com o Japão seguiu-se ao acordo CETA com o Canadá. Até ao final deste ano, há possibilidades de a UE chegar a acordo também com o México e com os países da América do Sul, agrupados no Mercosur. A UE lançou também negociações para acordos de comércio com a Coreia do Sul, Singapura, Vietname, Indonésia, e está a fazer preparativos para iniciar as negociações de um acordo de comércio livre com a Austrália e a Nova Zelândia.

“Esta intensa actividade coloca Bruxelas, e não Washington, no banco do condutor do comércio global”, escrevem Erik Brattberg e James L. Schoff, pois na Europa, cada mil milhões de euros de exportações sustentam 14 mil postos de trabalho. O crescimento anual do comércio mundial foi em média de 6% nos últimos 20 anos e está a crescer duas vezes mais rapidamente do que a produção mundial.

 

Fonte: Jornal de Negócios

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