Mato Grosso responde por 25% do superávit do país
25/04/2018

Com saldo de US$ 3,42 bilhões, o saldo da Balança Comercial de Mato Grosso, neste primeiro trimestre do ano, respondeu sozinho por 25% do superávit da balança do país, que no período foi de US$ 13,94 bilhões.

A receita – que representa a diferença entre as exportações e as importações – é a segunda maior do Brasil, atrás apenas do faturado por Minas Gerais.

Como aponta o economista Carlos Vitor Timo Ribeiro, da PR Consultoria, em Cuiabá, a receita da balança mato-grossense cresceu 17% na comparação anual do período, passando de US$ 2,91 bilhões para US$ 3,42 bilhões. “As exportações mato-grossenses, em US$ 3,65 bilhões, tiveram aumento de 11,6% em relação aos US$ 3,27 bilhões de 2017. O saldo teve crescimento ainda maior porque houve queda substancial na receita das importações, – 34,5%, na comparação anual”. Ainda como acrescenta, no comparativo das exportações nacionais, nesse primeiro trimestre, Mato Grosso ocupa a 6ª posição no ranking nacional – liderado por São Paulo – contribuindo com 6,7% do montante total do país.

Além da expansão da balança comercial, o economista chama à atenção para o momento oportuno das vendas externas do Estado. “O efeito do câmbio sobre as vendas externas até março, felizmente inverteu a tendência e agora mostra um ‘ganho’ de R$ 548,9 milhões, por conta da apreciação de 4,8% do dólar frente ao real, no período”. Ainda como explica, com o dólar médio de março desse ano, as exportações totalizam R$ 11,9 bilhões, contra R$ 11,4 bilhões com o dólar médio de março do ano passado, daí a diferença positiva de R$ 548,9 milhões que denominamos de ganho cambial, com reflexos positivos para a economia mato-grossense, que tem nas exportações, contribuição expressiva na formação histórica do PIB estadual”. Considerando o ‘ganho cambial’, a soja em grão é o segmento mais beneficiado com a inversão do peso do dólar, com a valorização da moeda norte-americana, o faturamento foi a R$ 7,91 bilhões, ante, R$ 7,55 bilhões. PRODUTOS – Os embarques de soja e derivados totalizaram US$ 2,41 bilhões registrando queda de 3,2% em valor, por conta da redução de 4% nas vendas de soja em grão, apesar dos aumentos dos embarques físicos de farelo e óleo de soja de 9,7% e 24,8%, respectivamente. “No período, respondemos por 36,4% do total dos embarques de soja em grão do país, por 36,3% do farelo, por 22% do óleo de soja e por 32,5% do volume exportado de farinha e pellets indicadores que mostram bem a importância dessa cadeia industrial instalada aqui no Estado”, avalia o economista.

O valor exportado de milho até março, de US$ 564,55 milhões, contrapõe aos US$ 247,21 milhões do mesmo período do ano passado, registrando aumento de 128,4% em faturamento e 145% em volume embarcado, apesar da queda de 7% no preço internacional do produto. “Com 3,62 milhões de toneladas exportadas até março, o milho já é o 2º maior produto de nossa pauta, já superando muito o volume exportado de farelo de soja. Tal desempenho tão positivo tem reflexos negativos, especialmente na avicultura e suinocultura, reduzindo a oferta interna do grão, resultando em aumentos de preços não esperados na ração animal, que responde por quase 70% do custo operacional desses segmentos”, observa.

Timo Ribeiro acentua ainda que o algodão também registra aumentos significativos, de 91,5% em valor e 82,8% nos embarques físicos do produto e de 4,7% na cotação internacional. “Nesse ano estamos respondendo por 74% das vendas físicas de milho e por praticamente 74,4% de algodão do país, o que também nos credencia como importante player do agronegócio nacional”.

As exportações da cadeia produtiva da carne, nesse ano, totalizaram US$ 337,54 milhões, registrando pequena queda de 1,1% em relação ao mesmo período do ano passado. A carne bovina com US$ 276,71 milhões de faturamento vem sustentando a 3ª posição na pauta externa estadual, registrando aumento de 8,8% em valor e 8,1% em volume.

As vendas de carne de aves nesse ano estão caindo tanto em valor como em volume com variação negativa de 19,8% e 13,1% respectivamente e de 7,8% na cotação do produto. Ele pontua ainda que com a carne suína a situação é ainda pior, “apresenta quedas de 72,5% em faturamento e 65,8% em volume físico e 19,6% no preço internacional. A recuperação das vendas de carnes está novamente ameaçada pela recente ‘Operação Trapaça’. Nesse ano até março, estamos respondendo por 17,4% das exportações de carne bovina do país, por 2,4% da de aves e por 2,7% da carne suína, índices que continuam bem aquém de nosso potencial”, acentua o economista.

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Fonte: FolhaMax

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