ICOMEX registrou maior crescimento do volume exportado
27/11/2017

O ICOMEX da balança comercial elaborado pela FGV/IBRE registrou aumento de 31,7% no volume exportado e de 26% no volume importado, na comparação entre os meses de outubro de 2016 e 2017.

Destaca-se na comparação dos meses de outubro o crescimento de 151,2% do volume exportado do setor de agropecuária, superando o recorde de setembro e, logo, todas as variações registradas nos meses anteriores entre 2016/17. A indústria de transformação apresenta a segunda maior variação (25,7%) e a extrativa, a terceira, 21,4%. É a primeira vez no ano que o crescimento das exportações da indústria de transformação supera a da indústria extrativa.

São destacadas as vendas de automóveis para os mercados da América do Sul e novos mercados (Arábia Saudita) para explicar o bom desempenho do setor de bens duráveis da indústria de transformação.
O preço das exportações aumentou em relação a setembro e cresceu 4,7% na comparação entre os meses de outubro de 2016 e 2017. As principais contribuições para esse aumento foram do minério de ferro (51%) e petróleo e derivados (17,3%), pois o preço de alguns dos principais produtos agrícolas caiu, como o do complexo da soja que recuou 10,3%.

 

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No caso das importações, a liderança no volume importado coube aos bens semiduráveis (34%) seguido dos duráveis (26%). O ritmo de crescimento das importações de capital desacelerou em relação ao resultado da comparação mensal de setembro, passando de 71,5% (setembro2016/17) para 25,6% (outubro2016/17) .Observa-se, porém, que é o terceiro resultado seguido de variação positiva, o que sinaliza uma possível recuperação da taxa de investimento da economia.

O índice de preços das importações manteve a sua trajetória de queda e recuou 1,9% entre os meses de outubro de 2016/17.

O superávit da balança comercial acumulado no ano até outubro da balança comercial foi de US$ 58,5 bilhões e, logo o ano deve terminar com um superávit ao redor de US$ 68 bilhões. Segundo Lia Valls “Minério de ferro, petróleo bruto, soja em grão, açúcar de cana e milho em grão explicaram 31% do valor exportado em outubro e contribuíram com 43% para o aumento das exportações. O superávit é bem vindo, mas o horizonte de análise deve ir além do curto prazo. Nesse caso, permanece o desafio de incrementar as exportações de manufaturas”.

Já o volume exportado cresceu 31,7% e os preços 4,7% na comparação entre outubro de 2016 e 2017. O maior valor registrado até o momento no ano. No caso dos preços, observa-se a aceleração no ritmo de crescimento desde setembro, mas no ano prevalece a tendência de queda.

Como no mês de setembro, o aumento nos preços exportados está associado a uma melhora nos preços das commodities, que após cair entre abril e agosto de 2017, voltou a crescer. O aumento, porém, não é generalizado. O principal segmento das commodities agrícolas, o complexo de soja registrou queda de 10,3% (outubro 2016/17). Por outro lado a quantidade exportada desse grupo cresceu 120%. Em termos de valor, o principal produto desse complexo, a soja em grão registrou variação de 127% entre os meses de outubro de 2016/2017. Em adição destaca-se, o milho em grão, queda de preço (10%) e aumento na quantidade exportada (150%) e crescimento em valor de 306%, passando a ocupar o lugar do quinto principal produto exportado no mês de outubro.

Em contraste com os principais agrícolas, as commodities não agrícolas como o minério de ferro e commodities siderúrgicas (laminados e semimanufaturas de ferro/aço registraram elevação de preços e de quantidade, sendo mais acentuada a variação nos preços. No caso do minério de ferro, na comparação mensal de outubro, os preços aumentaram 51% e a quantidade 12%. Petróleo e derivados Ressalta-se taram , apenas o petróleo e derivados

O volume importado segue em alta, aumento de 26% entre outubro de 2016/17, associado a uma melhora no nível de atividade. Os preços de importações mantiveram a tendência de queda. Observa-se que no acumulado do ano até outubro as importações cresceram em volume 12,8% e os preços recuaram 1,6%. No caso das exportações, a variação foi de 13,5% e dos preços 7,5% na mesma base de comparação.

Os termos de troca se mantiveram relativamente estáveis entre setembro e outubro, variação de 0,3%. Em relação a 2016, os termos de troca continuam registrando desempenho favorável. Crescimento de 6,7% entre os meses de outubro (2016/17) e de 9,3% no acumulado do ano até outubro.

Como já assinalado no ICOMEX do mês de outubro, as previsões preliminares dos principais organismos internacionais são de uma relativa estabilidade nos preços das commodities para 2018. Logo, não é esperada melhora expressivas nos termos de troca.

Em outubro, a indústria de transformação registrou o maior crescimento na comparação mensal entre 2016 e 2017, percentual de 25,7%. Em adição, superou o crescimento da indústria extrativa que liderou as exportações entre janeiro e julho. Em seguida, chama atenção o desempenho do setor agropecuário que aumenta 151,2% puxado, como já analisado, pelo expressivo crescimento de algumas commodities como soja e milho.

Na comparação do acumulado do ano até outubro de 2016 e 2017, porém, a liderança se mantem com a indústria extrativa (29,3%), seguida da agropecuária (24,1%) e da transformação (7,9).
A queda no preço da agropecuária em outubro, como já citado, foi puxada pelo complexo de soja. Outros agregados agrícolas registraram aumento – carnes (3,1%) e outros agrícolas (4,2%).

Nas importações, a indústria extrativa liderou o aumento no mês de outubro (93,9%), seguida da transformação (17,3%) e o setor agropecuário manteve sua tendência de queda em relação a 2016. O resultado da extrativa é explicado pela importação de petróleo e derivados.

A análise por categoria de uso da indústria de transformação mostra a variação mensal dos índices de volume. Nas exportações, o destaque são os bens de consumo duráveis que cresceram 60,3% e no acumulado do ano até outubro, 47,5%. As exportações de automóveis, o principal produto dessa categoria de uso cresceu em valor 68% na comparação dos meses de outubro e, 53% no acumulado do ano até outubro. Esse é um produto que se beneficia dos acordos de comércio que o país tem com seus principais parceiros da América do Sul. A Argentina explica 70% das vendas externas brasileiras de automóveis, mas esse ano registram-se crescimentos acima de 100% para o México (103%), Chile (146%) e Peru (309%). Além disso, novos mercados estão entre os dez principais destinos das vendas de automóveis, como Arábia Saudita, crescimento de 220%.

No caso das importações, as importações de bens de consumo semiduráveis (34%), seguida de duráveis (26,1%) lideraram as compras no mês de outubro. As importações de bens de capital, que haviam aumentado 71% entre os meses de setembro de 2016/17, desaceleraram, mas continuam positivas, aumento de 25,3% (outubro de 2016/17). No acumulado do ano até outubro, porém, as importações de bens de capital continuam em queda (4,6%) em relação a igual período de 2016, enquanto todas as outras categorias mostram variação positiva.

O registro pelo terceiro mês consecutivo de uma variação positiva das compras de bens de capital é um primeiro sinal de uma possível recuperação do investimento.

A relevância das importações de bens de capital e dos bens intermediários como indicadores do desempenho da economia levou a construção do índice de importação de bens de capital que compõem a FBCF da economia e dos BI utilizados na indústria de transformação e na agropecuária.

A partir de abril de 2017, as variações foram caindo e recuaram 54% e 31%, em junho e julho. Como antes assinalado, o terceiro mês consecutivo de aumento das compras de bens de capital pela indústria de transformação pode sinalizar o início da recuperação da taxa de investimento da economia.

Em relação às importações de bens intermediários da indústria de transformação, o aumento entre 2016 e 2017 seja mensal ou no acumulado do ano continua, como já salientado nos informes anteriores, a ser explicada pela demanda do setor agropecuário. O índice do volume importado de BI para o setor agropecuário cresceu 38,5% (mensal) e 64,8% (acumulado no ano até outubro). Para a indústria de transformação os resultados do volume importado de BI foram: 19,9% (mensal) e 17,1% (acumulado até outubro)

Observa-se que, embora bem menos intenso que na agropecuária uma tendência de recuperação das compras de bens intermediários pela indústria de transformação. Outro sinal que consolida o cenário de uma retomada de crescimento desse setor.

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