Quais países registram crescimento em meio à pandemia (e por quê)
03/07/2020

A pandemia do novo coronavírus modificou relações comerciais, confinou pessoas em suas casas e levou países a reverem políticas de fronteiras. Ainda assim, nem todas as nações sofreram retração desde que começaram a lutar contra a Covid-19. Relatório elaborado pelo Banco Mundial apontou que ao menos 30 países projetam crescimento durante uma das maiores crises da história.

O próprio levantamento da instituição financeira mostra o tamanho do buraco causado pela pandemia. Segundo o Banco Mundial, a crise causada pelo novo coronavírus é a mais ampla turbulência global desde pelo menos 1870, e isso deve ampliar consideravelmente os níveis de pobreza em todo o planeta.

Em um cenário tão desolador, como alguns países conseguiram crescer?

A resposta está em uma composição de fatores comuns a essas regiões. As nações que avançaram durante a pandemia são menos abertas (menos suscetíveis a contaminações, portanto), mais agrícolas e menos dependentes do setor de serviços.

Qual é o país com maior projeção de crescimento em 2020

A perspectiva mais otimista deste ano é obra de um acaso. Guiana deve fechar 2020 com crescimento acima dos 50%, o que seria o melhor resultado do planeta, graças à descoberta de petróleo na região, ainda que o preço da commodity tenha despencado recentemente.

Em toda a região, que inclui América Latina e Caribe, Guiana é o único país que mantém previsão de crescimento para este ano.

Países africanos concentram crescimento global

A maior parte dos países com perspectiva de crescimento em 2020 vem da África – especialmente da região subsaariana. Entre as 31 nações dessa área do globo, ao menos dois terços devem fechar o ano com resultado positivo.

Os principais destaques da região são Benin, Burkina Faso, Etiópia e Uganda, todos com projeção de crescer acima de 3%. Os principais motivos para isso são a configuração da economia dos países, muito baseada em agricultura e menos integrada ao comércio internacional.

China cresce a despeito da pandemia

Primeiro país acometido em larga escala pelo novo coronavírus, a China também deve fechar o ano no azul. Entretanto, a perspectiva de alta de 1% é a menor do país nos últimos anos – e a pandemia explica a retração.

E o Brasil?

O relatório do Banco Mundial prevê um resultado negativo de 5,2% em âmbito global neste ano. Se isso se confirmar, o número será o dobro da crise de 2008, por exemplo.

No Brasil, o reflexo da pandemia será ainda pior. A projeção é que o país feche o ano com retração de 8%, a segunda pior da América do Sul – à frente do Peru, com perspectiva de 12% negativos.

Direção,
Marcus Vinicius Tatagiba.

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