Um estudo feito pela Ágora Investimentos, divulgado em agosto de 2020, mostrou que empresas alinhadas aos conceitos de ESG têm rentabilidade acima da média do Ibovespa, mais importante indicador de desempenho médio de ações. Esse resultado gerou um grande interesse sobre o significado da sigla e o que as empresas podem fazer para que estejam alinhadas à agenda. Mas você sabe o que significa ESG?
A sigla vem do inglês e representa Environmental, Social and Corporate Governance (meio ambiente, social e governança, em tradução livre). Há registros de uso da expressão em âmbito internacional desde os anos 1950, com evidentes mudanças de direcionamento em cada um dos pilares.
Nos últimos anos, contudo, o advento das redes sociais e o sucesso de políticas voltadas à inclusão adicionaram novos elementos e aprofundaram o conceito.
Quais atributos fazem parte do ESG
O modelo que se consolidou nos últimos anos, que tem sido classificado como a agenda ESG, é baseado na composição de vários atributos. Essa lógica vale para cada um dos conceitos que alicerçam a sigla.
No caso do meio ambiente, por exemplo, a agenda atual inclui mudança climática e sustentabilidade. Empresas que desejam se alinhar à agenda ESG, portanto, precisam ter preocupação com esses aspectos em todos os processos e incutir em sua produção medidas que garantam preservação e preferencialmente recuperação do planeta.
Em social, a agenda ESG é a composição entre diversidade, direitos humanos, proteção do consumidor e bem-estar animal; em governança, contam a estrutura de gestão da empresa, a relação com funcionários e colaboradores e a compensação de executivos e força de trabalho.
Por extensão, a agenda ESG também inclui estratégias de investimento, relacionamento com investidores e o olhar da empresa para o mercado.
ESG ajuda empresas a mitigarem danos na pandemia
A agenda ESG tem sido responsável por mitigar danos a empresas durante a pandemia. Com mercados afetados pela quarentena imposta pelo novo coronavírus, companhias que têm mais clareza em seus processos e na relação com o ambiente têm sobrevivido melhor.
“Investidores perceberam que empresas com boas práticas de ESG perderam menos durante a pandemia. Os investimentos ESG ainda são de nível, ou seja, ainda são minoria, e cada vez mais os investidores querem ter ferramentas para mensurar o desempenho dos indicadores não financeiros, para sair da dimensão teórica para o lado pragmático da coisa”, disse Ricardo Zibas, sócio-diretor de consultoria em ESG na empresa KPMG, em entrevista a “O Estado de S. Paulo”.
“A própria pandemia reforçou as desigualdades e a urgência de medidas que considerem os aspectos sociais e ambientais para a retomada do crescimento”, completou Gleici Donini, superintendente de sustentabilidade na B3, em conversa com o mesmo jornal.
Como funciona a agenda ESG no comércio exterior
É importante lembrar que os conceitos e as definições que sustentam ESG são os mesmos em qualquer país e sustentam uma agenda internacional. Portanto, os ratings e as expectativas sobre o tema têm abrangência global.
Empresas que trabalham com comércio exterior, portanto, têm uma necessidade cada vez mais clara de alinhamento com esses processos. Entender como cada uma dessas etapas pode afetar seu produto é importante até como forma de comunicação com outros mercados.
Há diversos exemplos nos últimos anos de empresas e produtos que se sobressaíram internacionalmente por causa da agenda ESG ou de aspectos contidos nela. Ignorar isso é um risco para um mercado cada vez mais preocupado com isso.
Direção,
Marcus Vinicius Tatagiba
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