Estudo da CNA mostra potencial de exportação do café brasileiro para a China
23/09/2020

O Brasil é, de acordo com dados da Abic (Associação Brasileira da Indústria do Café), o maior exportador de café do planeta e o segundo maior mercado consumidor. Contudo, esse volume de venda internacional ainda pode ser drasticamente ampliado. Estudo feito pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) em Xangai, em parceria com a agência de promoção estadual InvestSP, apontou que ainda existe grande margem de crescimento para o produto na China.

Segundo o levantamento, enquanto o consumo de café teve alta global média de 2% nos últimos cinco anos, o mercado chinês avançou entre 7% e 17% por ano. Paralelamente, caiu no país o consumo de cafés oriundos de vizinhos asiáticos – o crescimento, portanto, foi diluído entre africanos e sul-americanos.

A participação da América Latina em importações de café na China, por exemplo, subiu de 15% em 2017 para 24% no ano passado. Outros países asiáticos, que controlavam 58% das compras internacionais de café no local há três anos, passaram a 40% em 2019.

O que torna o cenário ainda mais otimista é o teto: norte-americanos consomem, em média, de 360 a 400 xícaras de café por ano; chineses, de quatro a cinco xícaras.

O principal produto consumido pelos chineses ainda é o café solúvel. Por isso, segundo o estudo, o grão torrado e moído concentra a maior margem de crescimento nesse processo para que a bebida faça uma transição de “produto de luxo” a “artigo de consumo diário”.

Venda online puxa alta do café no mercado chinês

Ainda de acordo com a pesquisa da CNA e da InvestSP, um dos principais motivos para a ascensão do café no mercado chinês durante os últimos anos é a consolidação de um modelo de e-commerce. Pedidos online do produto proveniente do Brasil aumentaram 60% entre 2018 e 2019, período em que as vendas de cafés brasileiros em lojas físicas da China subiu 32%.

Em 2020, a despeito da pandemia do novo coronavírus, vendas online de café brasileiro para o mercado chinês tiveram alta de 169% no faturamento entre janeiro e abril em comparação com igual período do ano anterior.

“O impacto da Covid-19 fez com que os chineses comprassem ainda mais no primeiro semestre de 2020, o que obrigou plataformas a melhorarem seus modelos de negócio”, apontou o estudo.

Como é a venda de café brasileiro para o mercado chinês

O Brasil vendeu US$ 24 milhões em café para a China em 2019. Esse volume representou 12% de alta em comparação com o registrado pelo país no ano anterior.

Como é o mercado de café no Brasil

Levantamento feito pela Abic mostrou que o café é um item consumido em 95% das casas do Brasil. O país é atualmente o segundo maior mercado consumidor da bebida, atrás apenas dos Estados Unidos, que concentram 14% da demanda global.

Além da representatividade global, chama atenção no caso do Brasil a evolução. O mercado consumidor de café no país subiu 4,8% entre 2017 e 2018. A projeção do país é de pelo menos mais 3,5% de ascensão até 2021.

Direção,
Marcus Vinicius Tatagiba.

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