
A imprevisibilidade econômica é uma das grandes vilãs para as empresas brasileiras. Em tempos de crise, o Real aumenta constantemente a sua desvalorização. Sem muitas perspectivas em vista, o mercado privado se vê obrigado a redução de custos e corte de investimentos. Soluções temporárias que são eficientes a curto prazo, no entanto, este modelo se repetido por muitos meses pode colocar em cheque as empresas. A exportação é uma das estratégias mais efetivas para os momentos de crise. Servindo como uma alavanca a curto e longo prazo.
Diversas empresas no Brasil já possuem certa experiência quando se fala sobre crise. Sabendo distribuir suas estratégias a fim de evitar as concentrações verticais de negócio. A dependência do mercado interno para vendas pode ser um dos grandes erros. Exportar entra no cenário de crise agregando ao planejamento estratégico.
O real cada vez mais desvalorizado compensa para o comprador. Mesmo o produto oferecido não tendo a força competitiva ou qualidade dentro do mercado internacional. A oportunidade do baixo custo para a compra é o principal motivador. Principalmente, diante de uma crise econômica que afeta diversos países.
Exportação: a estratégia mais efetiva
Empresas ainda podem aderir à exportação como uma estratégia efetiva durante a crise. Motivados pela possibilidade de colocar seus produtos dentro do mercado internacional, é preciso dar os primeiros passos. A primeira etapa, logicamente, está ligada a alinhar precificação, capacidade de abastecimento e controle de qualidade.
Empresas especializadas na prática de exportar pode unir conhecimento e experiência para acelerar o processo. Com vivência no mercado internacional, possuem carteiras de compradores e expertise para lidar com as negociações. Importante para aqueles que desejam acelerar os passos e iniciar o quanto antes a colocação do produto no mercado internacional.
Agora, porque a exportação é uma estratégia efetiva se comparada a outras alternativas de gestão tradicional? Diante do cenário internacional vivenciado hoje, ou seja de crise, podemos imaginar um exemplo simples e efetivo. Suponha que tenha um produto comercializado por R$ 7,00 dentro do mercado interno, tendo como 10% de lucro líquido.
Vamos colocar este mesmo produto voltado para o comércio exterior. Já considerando o valor sem os impostos de saída, chegando a um valor de R$ 5,00. Antes da crise, ocasionada pela pandemia e desvalorização do Real, o dólar estava a R$ 4,20. Durante a crise, vamos considerar o dólar a R$ 5,80.
Este produto de R$ 3,00 custa convertido para o dólar USD 1,19 (dólar a R$ 4,20) e USD 0,86 (dólar a R$ 5,80). Desta forma, podemos perceber que a crise faz cair em quase 30% o preço para exportar. Agora pensemos como o comprador, estando em meio a crise econômica. Quem não gostaria de obter o mesmo produto com uma queda de 30% no valor?
Empresas que já possuem o produto competitivo no mercado internacional. Podem manter o preço de USD 1,19 na exportação. Com isso, ampliam o lucro marginal, justamente, por conta da desvalorização do Real.
Seja para conseguir colocar o produto a um custo menor ou ampliar a margem de lucro, a exportação é uma das melhores estratégias. Podemos ver como exemplo o agronegócio, no primeiro quadrimestre de 2020 teve um crescimento importante.
Razões que levam a exportação a ser considerada mais efetiva
Abrir a empresa para o comércio exterior deve ser considerado como um objetivo. A exportação garante vantagens importantes. Principalmente se compararmos a instabilidade do mercado interno no Brasil. Para conseguir ir além das fronteiras, é preciso adotar uma nova estratégia de gestão eficaz e conhecer a realidade do mercado internacional.
Junto ao processo, é essencial que agregue ferramentas que possibilitem um diferencial competitivo. Hoje, o custo baixo é um grande impulsionador para as vendas. Mas em tempos pós-crise, a concorrência é acirrada e precisa-se de um produto competitivo no mercado.
Abertura de novos mercados
Já entendemos que a globalização é um dos grandes motivos do crescimento do comércio exterior. A internet, por sua vez, fez com que os mercados se aproximasse cada vez mais. É certo que a comercialização entre os países existe há séculos, mas não com o volume como visto atualmente.
Não são apenas grandes empresas que possuem essa alternativa. Exportar chama a atenção de médias e pequenas empresas. As boas alternativas de negócios estão sendo um chamariz para as empresas. Captando novos clientes e criando negócios estratégicos.
Boas perspectivas do comércio exterior brasileiro
A economia mundial não tinha superado ainda a crise de 2018 e já enfrenta uma nova instabilidade. Impactando e modificando diversas posturas no comércio exterior. No entanto, o Brasil tem se apresentado como um forte fornecedor. Demonstrando números positivos de exportar nesse primeiro quadrimestre de 2020.
Um dos grandes e melhores exemplos é o setor agropecuário. Apenas no início desde ano, foram abertos oito novos mercados. Para ter uma ideia, a exportação de soja teve um faturamento de US$ 11.653,7 milhões, superior em 29,9% ao mesmo período de 2019.
Como dissemos anteriormente, a exportação não é apenas para os grandes. As empresas de pequeno e médio porte também estão conquistando o seu espaço. O aumento da participação se dá pela qualificação em nosso e-commerce. Um estudo realizado ainda em 2016, mostrava que 89% das empresas de pequeno e médio porte usam a internet para venda no exterior.
Desta forma, se pensamos em exportar devemos andar alinhados a novas tendências. A transformação digital garante soluções novas voltadas a gestão tributária e fiscal, além de automação dos processos.
Outro ponto válido que vale a considerar as perspectivas positivas da exportação se dá ao Estado brasileiro. As iniciativas têm provido melhora para as regras de exportação. Com foco em melhorar a competitividade de nossas empresas no comércio exterior.
Por uma questão lógica, quanto mais empresas estiverem atuando no mercado internacional, melhor será nossa balança comercial. Gerando mais empregos e renda para o país. Dentre as medidas tomadas:
- Participação do Brasil no Free Trade Agreements ou Tratados de Livre Comércio;
- Receita Federal possui novas soluções de TI para melhorar o formato da arrecadação;
- Automatização da Receita Federal e empresas;
- Programa Nacional de Cultura Exportadora – com ações para diminuir custos e burocracia de exportações.
Conclusão
O dinamismo do comércio exterior, assim como a comunicação fluida e automatização, torna a exportação como grande atrativo. A tendência do comércio exterior é aderir a uma gestão integrada utilizando ERPs e outras sistemas. Podendo gerir de forma conjunta tanto as transações do mercado externo, como também interno. Com isso, ganha-se integridade de processos, ajudando inclusive no compliance.
Com o artigo, podemos perceber o quanto a exportação é uma estratégia efetiva e atrativa para o momento de crise. A desvalorização do real tornou o nosso produto mais competitivo. Desta forma, antes de adotar alternativas para corte de custos ou baixar os investimentos, há de avaliar a entrada no comércio internacional.
Focando as ações desempenhadas pelos setores mais consolidados e ampliando o mercado. É importante ressaltar que a exportação não só garante a captação de novos clientes. Como também potencializa a participação no mercado interno. Uma vez que é vista com maior credibilidade e força.
O primeiro passo para conquistar um espaço dentro do mercado internacional é o preparo e estudo. Aproveite este momento para aprofundar os seus conhecimentos e conheça o nosso curso de Gestão de Negócios Internacionais.
Direção,
Marcus Vinicius Franquine Tatagiba.